Estamos ao vivo na plataforma do Instagram. Duas telas estão sendo transmitidas de lugares distintos ao mesmo tempo. Uma boca. Dois pés. Desta forma, sugere-se um novo ser que através de suas ações e relações com o meio adquire seus próprios significados.
Dentro de um contexto de pandemia mundial, filmadas pelas próprias performers, são exibidas ações cotidianas que acontecem geralmente dentro das moradias. Ainda com a música Oração de Linn da Quebrada como pano de fundo, vão emergindo novas relações e significados, como por exemplo, um tom de ritualidade para tais ações, que dentro de um viés político carregado pela música, parece delinear certa unicidade entre a humanidade. 
Desde o momento do seu fazer até o momento de assistir o que ficou registrado, estão intrincadas noções como tomada de sentido e afetividade, que constituem aspectos do Enativismo, e a partir de tudo isso, estimulam-se reflexões em torno das compreensões do corpo e de sua natureza. 
Esse tipo de “Frankenstein” sugerido, está a todo momento afetando e sendo afetado, e cabe ao espectador perceber quais os afetos que lhe atravessam.